segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Poder do Toque



O Toque e o bom-humor ajudam muito . . .
Muitas vezes as famílias não estão preparadas para saber lidar com os problemas dos idosos, por isso é necessário prepará-las para gerir alguns conflitos, comuns nesta etapa da vida «Resolvê-los, é enfrentar a causa e o problema e saber respeitar o tempo de cada um. Quando nos deparamos com alguém que não gere conflitos, e se não podemos resolvê-lo, ao menos que evitemos a guerra e não agravemos o conflito já existente».
Para evitar esses conflitos, há que identificar as potencialidades do idoso que estão adormecidas, mas que podem ser aproveitadas. Por vezes as birras resultam do facto do idoso não saber o que há-de fazer. Há que descobrir o que ele gosta de fazer e ocupá-lo o mais possível de forma a que se sinta activo, util e produzindo.A sensação em estar produzindo algo, ser útil melhora a autoestima e consequentemente a saúde, física, psiquica e mental, aliviando também sintomas de depressão ou tensão.
«Cada indivíduo para viver sem problemas precisa de uma média diária de três horas de toque ou carícia». 
Além de desempenhar atividades corriqueiras o idoso deve ser estimulado a reaver o contato social,passear na praça, bater papo, jogar um carteado, dominó com os amigos,participar das festividades da família  enfim está em  contato com outras pessoas, sobretudo os membros de sua família,sentir-se amado e valorizado.
 O contato físico como o toque e o abraço como sinal de afetividade, de carinho pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão e fortificar os laços conjugais e familiares. O abraço é excelente tônico ! 
Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças.
 O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico da pessoa. O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada se sente muito mais jovem e vibrante. O abraço aumenta significativamente a hemoglobina na pessoa tocada. (Para lembrar, hemoglobina é aquela parte do sangue que transporta o oxigênio para os órgãos mais vitais do nosso corpo, inclusive o cérebro e o coração).

O uso regular do abraço, por isso tudo, prolonga a vida, sara a depressão e estimula a vontade de viver, crescer e progredir.

Sabe quantos abraços você precisa dar por dia ?

04 __________ para sobreviver
08 __________ para manter-se vivo
12 __________ para prosperar

E o mais bonito, é que este remédio não tem contra indicações e não há maneira de dá-lo sem recebê-lo de volta !
Todos podemos auxiliar o outro em termos de questões afectivas – um olhar, um sorriso, uma palmadinha no ombro, um aperto de mão, enfim, um toque com o olhar ou com a pele é o bastante para que o idoso se sinta vivo e, mais que isso, se sinta (ainda) querido.
Segundo Abel Magalhães, psiquiatra e gerontólogo, o lado afectivo de qualquer ser humano tem, , três «grandes fomes».
Priemira fome, da estimulação, «onde os sentidos me dizem que eu existo, por exemplo através de um olhar».
Com segunda fome, a do «reconhecimento, isto é, para eu me sentir importante, preciso que os outros o reconheçam. É, no fundo, «uma forma de fomentar a auto-estima».
Há ainda a terceira fome, a «fome do carinho, pois o idoso, tal como a criança, tem fome de contacto. É preciso estimular as sensações do corpo, com um abraço, um aperto de mão ou uma festinha na face, com um beijinho».
A família, ou o cuidador, deve aprender a conhecer a forma específica do idoso expressar as suas emoções e os seus sentimentos, para evitar ferir sensibilidades, e ensiná-lo a amar em cada gesto que lhe dão e que recebe. «Há que treinar a esfera comportamental e aprender a responder a um comportamento inadequado com um comportamento diferente para fomentar um bom relacionamento». 
A falta de amabilidade é muitas vezes fruto de uma enorme degradação em termos afectivos: «apenas com amor, e uma dose de paciência, se pode alterar o comportamento menos amável do outro».
O idoso vive a sua sexualidade duma forma e num ritmo próprios. A sua expressão, ao contrário do adolescente, está, sublinha, «no alimento do carinho, do contacto humano em termos afectivos, da mesma forma que as crianças precisam de ser abraçadas e afagadas».
O conflito na 3.ª idade é uma constante cuja resolução deve assentar na compreensão da psicologia do idoso. A educação e formação das pessoas que trabalham com eles é essencial para lhes proporcionar uma vivência digna, plena de emoções e de sentido.
O idoso perde parte das suas defesas. «São um pouco como as crianças, deitam tudo cá para fora, e muitas vezes, é por não conseguirem controlar o seu conflito interior, que o libertam, o que vai, muitas vezes, gerar um novo conflito com as pessoas que o rodeiam, e muitas vezes, ele não tem consciência de que gerou um conflito».Por isso, as «reacções à letra» o mal humor característico,vão agravar o desentendimento e consequente angústia emocional.

PARA REFLETIRMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
«A amabilidade e o bom-humor reduzem conflitos: as dificuldades não parecem tão grandes e a tristeza não é tão sentida". 
Vilauba Figueiredo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Lúdico como Terapia

Essa é Amélia com 97 anos, idosa residente deste abrigo montando um jogo de figuras geométricas, trabalhamos a percepção visual, raciocínio e concentração.

Lukesi define a atividade lúdica "como aquela que propicia a plenitude da experiência". 
Esclarece que "é uma atividade onde o sujeito entrega-se à experiência sem restrições de qualquer tipo, especialmente as mentais, que usualmente tem por base juízos pré-concebidos sobre coisas e práticos humana onde nos envlovemos por inteiro.
Os jogos apresentam múltiplas possibilidades de interação consigo mesmo e com o outro".
Jogo de cartas, através do jogo observamos a concentração, interação com o outro.
Trabalhamos a concentração, e a coordenação visio-motora: coordenação de movimentos que são orientados pela visão, associada a outras habilidades. Exemplos: olho- mão, olho- pés.
Dobradura
Pintura com canetas hidrográficas trabalhamos a coordenação motora-fina: harmonia e precisão dos movimentos finos dos músculos das mãos e rosto, ou coordenação dos músculos pequenos para atividades finas. 

O uso de atividades lúdicas, de brincadeiras, dinâmicas e jogos, danças e movimento corporais favorece, ao idoso principalmente o deprimido, restabelecer contato com o outro. 
Favorece também a auto-expressão e autopercepção, a melhora da auto-estima e do autocuidado, restaura o interesse e a concentração, aumenta a energia e a confiança em si mesmo, reduz o sentimento de culpa e inutilidade, o que acarreta uma melhora considerável do humor deprimido e a saída de quadros depressivos.
   Venho estudando e trabalhando com a terapia associada ao lúdico, e tenho percebido que os jogos apresentam múltiplas possibilidades de interação entre os idosos principalmente os institucionalizados, na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido;possibilita a quem a vivencia:
momentos de encontro consigo e com o outro, 
momentos de fantasia e de realidade, 
de ressignificação e percepção, 
momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, 
de cuidar de si e olhar para o outro, 
momentos de vida.
Vilauba Figueiredo
Pedagoga e arterapeuta